quarta-feira, 3 de maio de 2017

Bastidores da saga Raoní

Finalmente tive tempo para parar e escrever sobre os bastidores do meu livro Raoní no portal dos vivos e mortos. E a história sobre a história pode deixar você inquieto com algumas situações que ocorreram comigo. Toparia passar fome para escrever uma história?



Desde quando eu finalizei meu primeiro livro, A Cidade, outras histórias surgiram em minha mente. Algumas apenas o título, mas outras com detalhes de cenas que eu ainda tenho que colocar no papel - literalmente, pois se acompanha "a minha saga como escritor", deve saber que uso um caderno e lápis para escrever minhas histórias.

A história do índio Raoní nasceu de uma hora para outra. foi algo incrível e que vai na contra mão de muitos escritores que vejo dando seus depoimentos de como surgiram as ideias para os seus livros. Alguns falam de 10, outros de 20 anos até que a história fosse terminada. No caso da história de Raoní, ela levou aproximadamente 08 horas.

Uma inspiração

A ideia central de minhas histórias sempre vieram do cristianismo. Embora algumas pessoas acreditem que a saga de Raoní está mais para o espiritismo, quem ler até o final compreenderá (eu espero) a mensagem do livro. Traços de aprendizados extraídos da Bíblia dão apenas pitadas no discernimento da história. Então, se você for cristão e se incomodar com uma pessoas que vai atrás do espírito de outro em um mundo surreal, tenha em mente que é uma história de ficção e não uma verdade bíblica.

A história

Para quem ainda não leu, Raoní no portal dos vivos e mortos, é uma história de amor. Raoní é um índio de uma tribo brasileira que é instigado a obter o espírito de sua amada Thaynara após a sua aldeia sofrer um ataque de uma tribo rival.

Raoní e seu amigo Dakota, partem então na esperança de falar com "o homem que caminha sobre as águas" - alguma semelhança com o cristianismo aqui? E conseguem encontrar não só o homem, mas são levados ao Ibaque, um mundo insólito cheio de criaturas fantásticas, aonde se acredita que o espírito de sua amada está.

No Ibaque, Raoní e Dakota, tem seus corpos e mentes transformadas adquirindo conhecimento e força incomum do que poderiam obter no "mundo dos vivos" como é chamado o nosso mundo por lá.

Lá ele descobre que a sua chegada coincide com uma profecia de um guerreiro que prepararia a chegada de um Messias, que anos atrás andou por lá levando uma palavra de esperança a todos os povos.

E o que parecia ser apenas um caso isolado, o passado, o presente e futuro de Raoní, fica condicionado a derrota de um grande inimigo que ele reencontra no Ibaque: Zaltana - seu irmão.

Passando fome para escrever

Pois é, foi bem assim mesmo, passei fome para escrever o livro Raoní no portal do vivos e mortos. Mas foi por uma boa causa.

Deveria ser em torno de 18 horas da noite quando iniciei em minha mente a história sobre o índio Raoní. No princípio, imaginei algumas cenas e decide começar a escrever. Entretanto, eu não esperava que as cenas "pipocassem" em minha mente e na sequência que elas deveriam acontecer. Foi uma loucura pois o lápis rapidamente acabava a sua ponta e eu tinha que refazer. E quando chegou a noite, por volta das 22 horas, eu ainda estava ali, em uma mesa no quintal de casa, debruçado sobre as diversas páginas da história. Parei um pouco e fui "engolir" algo. Se minha esposa tivesse me dado uma carne de javali eu nem teria notado, não sei o que comi naquela noite.

Antes que alguém ache estranho o fato de eu ter escrito a história em tão pouco tempo, vale salientar que escrevi a descrição das cenas. Não me preocupava com os nomes dos personagens, chamava de "artista ou herói" o que seria o Raoní e de "bandido ou inimigo" o Zaltana.

E as 02 horas da manhã, depois de 08 horas praticamente escrevendo a história, finalmente consegui relaxar. Não havia tempo para mais nada. Minha mão estava vermelha de tanto apoiar no papel e escrever, meus olhos pesados de tanto sono. Revisão?... não, dormir.

Acordei no outro dia preparado para as pesquisas. Que nomes devo dar? Que imagens tenho que formar em minha mente para obter as características físicas de cada personagem? Quais outras cenas incluir e quais retirar? Bom, tudo durou mais uma semana e em aproximadamente 15 dias a história já tinha "corpo" suficiente para a divulgação e publicação.

Os três primeiros capítulos

E para comemorar a postagem dos bastidores da criação de Raoní no portal dos vivos e mortos, abaixo disponibilizei os três primeiros capítulos em sequência através da plataforma Calaméo. Ao clicar, o arquivo será exibido em tela cheia. Para sair, tecle Esc.


E se deseja baixar e ler off-line, clique aqui!


“Booktruck” circula pelo Ceará divulgando a produção de escritores locais

A biblioteca itinerante leva a cidades cearenses livros de escritores locais com preços reduzidos, além de muitas outras atividades culturais.
Foto: Divulgação/ Facebook do projeto.

Difundir a literatura no Ceará a partir de seus escritores. É com esse intuito que o projeto Ceará Leitor vem levando o seu “Booktruck” a cidades cearenses desde fevereiro.

O micro-ônibus adaptado como livraria já esteve em Guaramiranga e Baturité, ambas no Maciço de Baturité, trazendo dezenas de livros de autores cearenses, vendidos com descontos, assim como atividades culturais como contação de histórias e lançamento de obras.

Além disso, o projeto, por onde passa, deixa legados: os clubes da leitura formado com livros doados pelas editoras parceiras do projeto. Em Guaramiranga, por exemplo, foram 32 livros, de gêneros diversos, da literatura infantil aos livros técnicos-científicos, passando por poesia e cordel, filosofia e psicologia, dentre muitos outros.

Estão à disposição os catálogos de 20 editoras filiados à Câmara Cearense do Livro, somando mais de mil livros, com ênfase na cultura cearense. “É incrível como o público gosta de se ver nos livros, como se reconhecem nessas obras”, afirma o coordenador do projeto, Casemiro de Medeiros Campos.

Para ajudar no fortalecimento dos clubes de leitura, são ainda ofertadas oficinas visando capacitar professores, bibliotecários e agentes culturais, em busco do incentivo à leitura nas escolas. “Consideramos a necessidade de melhorar os indicadores de leitura e escrita nas escolas públicas e privada. O projeto funciona com essa intencionalidade”, afirma o coordenador do projeto.

Quem sabe não é o despertar do surgimento de uma Socorro Accioli ou de um Lira Neto, autores citados por Casemiro lidos hoje até na Europa e nos Estados Unidos, mas que começaram publicando em editoras locais. “Quando a gente passa no Interior ou nas periferias das cidades, há escritores que produzem, mas estão no anonimato. São as pequenas editoras que descobrem esses autores”, diz.

Após a Bienal do Livro, em que o Ceará Leitor também marca presença, o Booktruck chega à Grande Fortaleza. Primeiro em Aquiraz e, em seguida, Horizonte e Maracanaú. A Bienal ocorre entre 14 e 23 de abril.

Até o fim de maio, estima Casemiro, os municípios devem ser percorridos. Para que mais municípios sejam atingidos, ele conta com o apoio das prefeituras locais, tal como ocorreu nas cidades já passadas. Apesar de terem vencido edital da Secretaria de Cultura do Estado e contar com parceria do Sebrae, Casemiro destaca a crise econômica pela qual passa o País os deixa em “situação delicada”.

Saiba mais informações na página do Facebook do projeto.

Fonte: Tribuna do Ceará